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segunda-feira, 4 de abril de 2011

Bike Tour 2011 - Vassouras - RJ

Largada
Dessa vez esse escriba esteve presente na condição de fotógrafo e acompanhante de atletas de Resende representando a Associação de Ciclismo da Região das Agulhas Negras - ACRAN, e do filho que competiu na categoria sub-23 pela equipe Scala Hotel/ACRAN.
Diferente da prova do Big Biker em Itanhandú, descrito na postagem anterior, esse evento teve um percurso extremamente técnico, exigindo dos atletas muita perícia, foram 50 km de disputa permanente, em solos com diferentes topografias, porém, tendo em comum o excesso de lama em todo o trajeto.
Os primeiros atletas a completar o percurso chegaram com pouco mais de duas horas após o início da prova. Pelas expressões e condições dos ciclistas e de suas bikes, foi possível imaginar e constatar o acirramento entre os mesmos. Algumas reclamações a respeito da deficiência de sinalização tendo em vista as características do traçado e as condições do mesmo. Muitas quedas ocorreram, seguidas de ferimentos, alguns graves, e quebras de bikes.
Mesmo assim,  as queixas e acidentes não tiraram o brilho da competição, mais de 400 ciclistas tomando conta da praça principal da cidade, saindo com seus uniformes coloridos, bikes brilhando, impecáveis, e retornando "mal acabados" e embarrados, tanto pilotos quanto seus veículos.
A fila para limpeza das bikes e dos atletas, na medida em que os mesmos chegavam, só aumentava, o cenário na praça da cidade histórica de Vassouras era dantesca, pois tinha clima de festa e ao mesmo tempo lembrando cenas de filmes de desastres naturais.
Mas era apenas impressão a sensação de miséria humana, porque na realidade a maioria dos presentes estavam acostumados às provas mountain bike e sabiam que esse clima após o descanso e recuperação de animo dos atletas, viria a premiação dos cinco primeiros colocados por categoria.
O mais emocionante foram três pódios: o juvenil que é uma amostra do futuro do mountain bike no Brasil, com jovens extremamente competitivos, sendo que alguns bastante conhecidos nos circuitos regionais, o dos veteranos que mostra o poder de transformação do ciclismo em atletas da terceira idade, que poderiam estar em casa com filhos e netos, assistindo televisão e, ao contrário dessa expectativa, compartilharam momentos com outras gerações. E para finalizar, na categoria de atletas com necessidades especiais, dois atletas inscritos, com isenção de pagamento de taxa, que fizeram todo o percurso e subiram ao pódio.
Os atletas de Resende e região que representavam a ACRAN tiveram ótimo desempenho em diversas categorias, foram quatro pódios, que revelaram que o ciclismo na região sul fluminense é abrangente, permeando várias faixas etárias. Sabemos que esses resultados foram obtidos por esforço individual dos atletas, sendo que a maioria não contam com patrocínio efetivo, e que as instituições públicas não tem o olhar dirigido para o ciclismo como tem para outras modalidades esportivas.
O ciclismo, alem de uma prática esportiva, pode ser um aliado às tentativas de humanização do trânsito, redução da emissão de poluentes, e uma grande possibilidade de absorver projetos de inclusão e responsabilidade social.
Lamentávelmente, os gestores públicos não têm essa visão, percebem a cidade a partir dos problemas imediatos, porém, sem tentar entender a origem dos mesmos, dessa forma, as soluções são dadas como remédios para dor de cabeça, que a cada manifestação tem que ser ministrado, círcºulo vicioso, beirando a incompetência e consequentemente o descaso. Cabe às entidades e associações proporem e executarem projetos coerentes, na perspectiva de um mundo mais justo, saudável e melhor, para todos.






Um comentário:

Anônimo disse...

Belíssimas fotos Ray!